EUROPA / Amsterdã
Caio Tristão
Caio Tristão
Atualizado em 31/07/15

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O que fazerO que comer | Onde ficarQuando ir

Pode ser papinho de velho chato conservador, mas você há de convir que, ainda que seja impossível criar alguma classificação, existe um senso comum de que excesso de liberdade provoca os sentimentos mais controversos. Às vezes perturbador, às vezes vulgar e muitas vezes revolucionário; o conceito do aqui-tudo-pode é, no mínimo, instigante.

É nessa inquietude aonde mora Amsterdã: a capital mais libertária do planeta. Uma cidade cuja a força inovadora e claramente contestadora vai expor seus preceitos e desmoronar qualquer opinião antiquada – sem precisar te deixar doidão.

Em Amsterdã as putas ficam nas vitrines das “lojas” comercializando seus serviços abertamente e legalmente. É possível comprar maconha, haxixe, bolos e cogumelos alucinógenos em diversas variedades e potências, e consumi-los quase que sem restrição. Homossexuais se beijam nas ruas e há mais sex shops por quarteirão do que padarias num bairro brasileiro.

Por tudo isso, não há quem fale sobre uma viagem para a capital holandesa sem emendar com uma piadinha (boba).

Em Amsterdã a liberdade se manifesta e retrata toda sua controvérsia. Portanto, não vá esperando um lugar caótico onde turistas e cidadãos vivem a esbórnia em plena harmonia. Aposte que o que vai mais te encher os olhos é a delicadeza da arquitetura medieval, a beleza dos canais e das incontáveis pontes, as singelas ruazinhas de pedra, e o charme de uma cidade tão ousada que utiliza a bicicleta como principal meio de transporte.

Vai por mim, sem nenhum trocadilho, Amsterdã vai fazer a sua cabeça.

O QUE FAZER

De tudo que há para fazer em Amsterdã, a melhor coisa é desvendar todos os seus encantos batendo perna pelas ruas de nome esquisito. Circular pela cidade é muito fácil. O cinturão de canais concêntricos permite que você gire pelos bairros em círculos, permitindo caminhar num único sentido e praticamente retornar ao mesmo lugar (só que do lado oposto) – a região de Grachtengordel concentra os três principais. Ao todo são mais de 100 quilômetros de canais e cerca de 1500 pontes.

Tudo é uma belezinha, uma verdadeira obra prima. Sentar à beira de um canal e admirar os barcos indo e vindo é grátis e uma atração turística de mão cheia.

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Mas, o melhor de tudo é zanzar pela cidade utilizando seu principal meio de transporte: a bicicleta.

Um rolê de bike

Mesmo que você não seja, assim como eu sou, um entusiasta das magrelas, te garanto que vai se arrepiar com a cultura e a importância das bicicletas em Amsterdã. A cidade foi feita para elas; e as bicicletas são símbolo da capital. Não há como ir à Amsterdã sem dar uma voltinha de bike.

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A vida da cidade está sobre duas rodas. A bicicleta é o principal meio de transporte dos moradores e toda a estrutura do trânsito é pronta para recebe-las.

Há ciclovias em todos os lugares, por isso não circule pelas calçadas. Existem semáforos exclusivos para os ciclistas, assim como faixas de mão única e dupla. Nos cruzamentos com avenidas movimentadas, o asfalto é pontilhado para orientar a sua direção e é prática indicar com a mão caso vá fazer uma conversão para outra via.

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O legal de estar de bike é experimentar um pouquinho a vida de quem mora em Amsterdã.

Como alugar? Há lojas espalhadas por toda a cidade, mas também é possível fazer uma reserva online aqui. O preço médio é de €8 por 3 horas e €12 por 24 horas. Para os preguiçosos, tem a opção dos bike taxis!

amsterda-bike-taxiSó na moleza… 

O famigerado Red Light Distric

Não tem jeito, você vai querer dar uma espiadinha em como é esse negócio de bairro da luz vermelha – sem necessariamente fazer negócios por lá.

A região está geometricamente localizada no centro do círculo dos canais. Num passeio durante o dia, uma ou outra vitrine vai exibir uma manequim viva sob um painel neon de pouco destaque, e os sex shops que lotam as ruelinhas estarão abertos e frequentados, assim como o Museu do Sexo. Os bares com shows eróticos e cinemas pornôs só ganham movimento durante a noite, quando todo o distrito da luz vermelha é tomado por um clima bastante hostil.

Já os Coffeshops…

…Não oferecem café.  As lojas que parecem bares, mas não vendem bebidas alcoólicas nem tabaco, funcionam dia e noite e estão sempre cheias – e enfumaçadas. Geralmente tomadas por turistas jovens, é nos coffeshops aonde se compra e consome legalmente maconha e haxixe dos mais variados tipos, potências e tamanhos (sim, os baseados podem vir prontos). Os famosos bolinhos space cakes, feitos com haxixe, conhecidos por lançarem gente grande à lona, também estão à venda. Quer uma dica? Pegue leve e cuidado para não perder a cabeça.

Exuberância em arte

Engano seu se acha que é só de cannabis que vive Amsterdã. A verdade é que a capital holandesa tem uma oferta cultural de museus e prédios históricos entre as mais fascinantes da Europa, talvez do mundo. O site I amsterdam lista as várias atrações da cidade.

-> O que é mandatório?

De tudo que merece sua dedicação, é impossível desconsiderar dois dos maiores pintores de todos os tempos: os neerlandeses Van Gogh e Rembrandt.

O Museu Van Gogh contém a maior coleção de obras do artista no mundo. É um espaço caprichado, na magnitude de Vincent van Gogh… uma experiência única. O museu abre todos os dias e, como está afastado do setor de canais, combina muito bem com um passeio de bicicleta.

amsterda-museu-van-goghEntrada do Museu Van Gogh

Já o Rembrandthuis, ou Museu Casa de Rembrandt, é uma belíssima e restaurada construção do século 17 onde Rembrandt van Rijn morou e pintou por 17 anos. Está coladinha no Red Light e também funciona de Janeiro a Janeiro. É uma verdadeira joia.

Agora, a atração mais bombada de Amsterdã é o local onde a jovem Anne Frank se escondeu e escreveu seu diário, que posteriormente se tornaria um dos mais populares livros da história. O Museu Casa de Anne Frank é um soco no estômago para entender como sofreu a mais famosa vítima do Holocausto.

O lugar abre todos os dias, mas as filas para a vista são desanimadoras e é preciso coragem para enfrentar tamanha espera – média de duas horas. Por isso, o passeio vale (ainda) mais a pena se você comprar seu ingresso antecipado online aqui.

Heineken Experience

Mesmo que você não beba cerveja (como assim?!), a dica mais bacana de Amsterdã é a visita interativa ao local onde foi a antiga e primeira fábrica da cervejaria holandesa Heineken. Tudo é super divertido: desde a história da família; o processo de fabricação da cerveja; filme sensorial em 4-D; uma detalhada degustação e (prepare o bolso) a sensacional lojinha da saída.

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De bike, a Heineken Experience fica redondinha se combinada com o Museu Van Gogh. É show!

Um bate-volta esperto

Com uma malha ferroviária funcional e muito moderna, é bem fácil tirar um day off em Amsterdã para conhecer as redondezas. Saindo da estação central, os trens te levam a qualquer lugar muito rapidamente e sem restrições de horário. São tantas as opções que é preciso traçar as prioridades.

O gigantesco jardim de tulipas de Keukenhof só funciona na primavera, entre o final de Março e o mês de Maio (em 2016: de 24/3 a 16/5). É o único passeio que depende de transporte oficial. Desde Amsterdã são 1h30 de viagem em ônibus exclusivo.

Já a vilazinha de Zaanse Schans está a apenas 20 minutos de trem e é o local ideal para ver os moinhos de vento holandeses. A província de Delft também é interessante, mas minha dica predileta é para três lugares fantásticos: Madurodam, Gouda e Utrecht. (clique no nome de cada um para a página especial)

O tour bate-volta mais certeiro a partir de Amsterdã é casando os três lugares. Num roteiro de trem circular, você sai cedinho da capital com destino a Haia, onde fica a cidade miniatura de Madurodam. De lá, o seu próximo destino deve ser Gouda (a deliciosa cidade que leva o nome do famoso queijo, ou vice-versa); e finaliza seu day-off desfrutando de um almojanta em qualquer restaurante, num visual maravilhoso, à beira-canal em Utrecht.

Esse roteiro é tão bacana, que mereceu estar detalhado à parte.

-> Amsterdã: um bate-volta de trem redondo. Leia mais AQUI.

O QUE COMER

Digamos assim que os holandeses não ligam muito para gastronomia. No meu giro pelo país não encontrei uma culinária local, com pratos típicos dos Países Baixos. Comida não parece mesmo ser o forte por lá.

Claro que não faltam (bons) restaurantes orientais, italianos, mexicanos, de frutos do mar, cafés e bares. Há também ótimas sorveterias e docerias em Amsterdã. A maior concentração de opções – turísticas ou não – acontece nas imediações das praças Dam e Rembrantplein ou à beira do canal Prinsengracht, no bairro Jordaan.

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Os waffles da Wafle en Co, na praça Nieuwmarkt, são obrigatórios!

Tradicional mesmo são os queijos locais (o Gouda é um deles, claro!), os sandubas broodjes e os snacks de rua (cabe aqui os hot dogs de ótima qualidade e os peixinhos arenque crus, ou haring, servidos com picles).

Mas se você insiste em algo original…

Os biscoitinhos recheados de caramelo stroopwafel são uma das sete maravilhas holandesas. Estão disponíveis em qualquer café e vão muito bem com chantilly.

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Já a porção de bolinhos de carne bitterballen é o petisco número 1 do país e acompanha muito bem uma boa cerveja. Proost!

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ONDE FICAR

A maior parte da turistagem de Amsterdã está aglomerada entre os canais concêntricos. Por isso, não há uma região privilegiada, que mereça uma atenção específica, mas apenas uma localização estratégica.

Você vai ouvir por aí que o bairro cult do Jordaan é o lugar mais bacana para ficar na cidade – o que é uma meia verdade. Nos arredores das praças Dam e Rembrantplein também há boas opções e todo o forrobodó típico das regiões centrais. Mas, para acertar na mosca, tenha certeza que seu hotel ou albergue esteja à beira de um canal. É a melhor forma de garantir que o charme da capital esteja ao seu lado durante sua estadia.

Quer tornar sua viagem inesquecível? A super-mega-ultra-top experiência é se hospedar numa casa-barco. Não há nada mais Amsterdã!

amsterda-casa-barco-chegandoChegando em casa

Ao longo de todos os canais, são cerca de 600 casas-barco espalhadas pela cidade; entre estruturas basiconas e ambientes chiquérrimos. As casas não navegam e são, na verdade, construções flutuantes fixas. Por dentro parecem apartamentos comuns; mas, os patos na beira da janela e o balancinho gerado pelo movimento dos barcos são uma belezura. Te garanto, você não vai querer ir embora.

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-> Como funciona? O processo de aluguel de uma casa-barco é igualzinho ao aluguel de apartamentos de temporada – a nossa página especial sobre o tema te conta todos os macetes em como realizar os trâmites (Leia AQUI). Há também bastante oferta no Booking.com (em Tipo de Propriedade, filtre por “Barco”) e um site ótimo, especializado em houseboats, recheado de opções: o HouseBoart-Rental-Amsterdam.com. Será a hospedagem mais descolada na Holanda e o melhor investimento do seu dinheiro.

QUANDO IR

Amsterdã é uma cidade ativa o ano inteiro.

Durante o verão, com dias longos e clima gostoso para andar a pé, ruas e praças ficam entupidas de viajantes e o turismo sexual no Red Light ganha um clima mais tenso à noite. Já o inverno, entre Dezembro e Fevereiro, pode registrar temperaturas abaixo de zero. Em tese, com chuvas frequentes ao longo de todos os meses, é difícil encontrar tempo firme na Holanda.

A época mais certeira é a primavera, em especial Abril, quando o país inteiro fica colorido pelas famosas tulipas e o parque Keukenhof está aberto. Melhor ainda se for possível coincidir a viagem com o feriado mais divertido do país: o Koningsdag, ou Dia do Rei, em 26 Abril, aniversário de Willem-Alexander.

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