AMÉRICA DO SUL / C. del Sacramento
Caio Tristão
Caio Tristão
Atualizado em 19/02/16

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O que fazer | Onde ficar | O que comer | Como ir

Todo mundo faz a analogia barata de que Paraty é a Ouro Preto do litoral. Ou que Cartagena é a Olinda colombiana. Não tem jeito. Cidades patrimônio da humanidade definidas pela Unesco são simpáticas e facilmente comparáveis.

A uruguaia Colonia del Sacramento não foge às regras. A cidadezinha é adorável, histórica, patrimonial e muito charmosa. Com um delicado centro histórico, trata-se de um destino que não vai te exigir nenhuma dedicação além de saborear um sorvete, um café, um vinho ou uma caminhada nas ruas de pedra. É um lugar mesmo para diminuir o ritmo.

Colonia é pequenina e cabe fácil fácil numa visita de uma noite só. Próxima de Montevidéu e mais pertinho ainda de Buenos Aires – que está logo ali, 1 hora de barco, do outro lado do rio da Prata – você pode até pensar na cidade como uma opção para um day tour bate-volta. Mas, na minha opinião, ficar apenas um dia é desperdiçar o encanto e a atmosfera romântica que a (pacata) vida noturna proporciona.

Agora, se a sua viagem estiver com a programação flexível e você ainda não sabe quanto tempo quer ficar na cidade, aviso logo: cuidado, Colonia vicia!

O QUE FAZER

Colonia é para desacelerar. No centro histórico, bata perna sem pressa e aprecie os detalhes da arquitetura colonial luso-espanhola. A maior parte das ruas são de pedra, uma ou outra casa tem construção histórica e as lamparinas portuguesas chamam a atenção.

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Outra coisa que enche os olhos são os carros antigos; ora transformados em mesa de bar, ora viram jardins de flores ou apenas decoração de ruas. Sei lá quem teve essa ideia, mas eu achei o máximo!

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A Plaza Mayor é o coração do centrinho, onde é possível observar os vestígios arqueológicos de uma residência portuguesa do século 18. Um pedaço de uma antiga muralha também está lá, assim como o farol dos anos 1800.

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A Calle de los Suspiros e De Solís têm lojinhas de artesanato e galerias de arte. Dali, vale encarar o vento frio do Prata numa caminhada à beira-rio pelo Paseo de San Gabriel.

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A dica mais legal para curtir Colonia é: alugue uma bike, moto ou um carrinho de golf e divirta-se nas redondezas e por toda extensão da rambla de las Américas.

Museus

A cidade é um museu a céu aberto. Se ainda assim você quiser visitar todos os museus de Colonia (Português, Espanhol, Indígena, Municipal ou do Azulejo), paga-se apenas um ingresso. Ideia de português? 

Bares e Restaurantes

O centro histórico é um desfile de restaurantes, bares e cafeterias. Sinceramente, não me lembro de ter comido nada, assim, marcante. Na nossa primeira noite, na Calle del Comercio, fizemos uma janta bastante honesta no Marlo. Os restaurantes à beira-rio são pouco charmosos e o famosíssimo e movimentado El Drugstore é muito bacana; a comida, porém, estava fraquíssima. Separe a visita para uns petiscos apenas.

colonia-el-drugstoreEl Drugstore: decoração esperta

Por outro lado… beirando o forte, a heladeria El Cali tem um sorvete artesanal de dulce de leche que é para comer de joelhos.

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Para sair à noite, o Barbot, na arborizada rua Washington Barbot, tem um chopp feito na própria casa e clima muito agradável.

Carmelo

Para quem estiver de carro com dias disponíveis e uma sede de estender a viagem para algum outro lugar do Uruguai, a próxima parada no mapa seria a cidadezinha de Carmelo. Beirando o rio da Prata, a viagem até lá vai demorar mais ou menos uma hora desde Colonia.

Tá pensando num bate-volta? Esqueça. Carmelo não tem basicamente nada para oferecer. A cidade é bucólica e vive uma vida rural, sem atrações. O tal Puerto não passa de uma bonitinha ponte inaugurada no início do século passado. A praça principal tem apenas um simples restaurante. Só isso. Tour de vinhos? Nada demais.

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Arrisco afirmar que a fama da cidade se deu por conta da instalação do imponente resort Four Seasons Carmelo, que tem até praia de rio privativa. Com tanto luxo, o hotel figurou nas primeiras posições da lista dos 100 melhores do mundo em 2006 e 2007.

(Li que o resort não pertence mais a rede Four Seasons desde Março/2015 e foi adquirido pelos canadenses da Kiwi Collection. Pelas fotos, o glamour está mantido. E o altíssimo preço também!)

Vai por mim. Quer estender sua viagem de carro no Uruguai a partir de Colonia del Sacramento? Encare 220 Km até Fray Bentos e deixe Carmelo para lá. Você não vai se arrepender!

ONDE FICAR

Praticamente tudo em Colonia acontece no centro histórico, mas como a cidade é pequerrucha não é mandatório que você se hospede por lá. Há boas opções de hotel no centro histórico e tantas outras espalhadas na península até o terminal de ônibus e barcos.

Do outro lado, nas proximidades do píer de iates, há hotéis modernos como o Radisson e opções econômicas como o atrativo albergue Sur Hostel.

O nosso achado foi a Posada Le Vrero. Uma linda casa-hotel de nove quartos que homenageia seu ex-proprietário, o escritor uruguaio Mario Levrero. Bem próxima ao terminal, a pousada exigia uma caminhada de 10 minutos até o centrinho. Entretanto, o pacote compensava: quartos confortáveis, equipe prestativa, ambiente intimista, biblioteca e excelente café da manhã caseiro. Gostei!

O QUE COMER

Ah, se um uruguaio ouvir você dizendo que Colonia del Sacramento tem mais ares portenhos do que uruguaios. Que perigo!

Gastronomicamente falando, Colonia tem ótimos restaurantes e bares com comida internacional, mas você não vai encontrar aquela parrillada como feita em Montevidéu nem frutos do mar com a qualidade de Punta del Este. Come-se bem na cidade, mas não vi nenhum prato típico.

Não queria falar isso, mas o que vi (só em Colonia e em nenhuma outra cidade do Uruguai) foi uma quantidade grande de cafés e padarias oferecendo ótimas empanadas… argentinas. Que perigo!

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COMO IR

Colonia del Sacramento está a 180 Km de Montevidéu pela Ruta 1, com pedágio. A viagem é tranquila.

De ônibus, as viações COT e Turil fazem o trajeto desde a capital em aproximadamente 2h30 de um terminal ao outro, em vários horários por dia.

Para quem vem de Buenos Aires, a rota dura uma hora de buque (barco) rápido e é operada por três empresas: a Seacat, Colonia Express e a mais tradicional Buquebus, que carrega carros nos seus barcos.

O terminal hidroviário de chegada em Colonia é o mesmo, entretanto na capital portenha há diferenças. Esteja atento!

Os bilhetes podem ser adquiridos com antecedência e online. Um bate volta é muito viável. Para isso, escolha a passagem day tour, com saídas no primeiro horário e retorno no último.

Boa viagem!

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