O que fazer | Onde ficar | O que comer | Como ir | Quando ir
Faz pouco tempo que o Uruguai entrou definitivamente na rota dos turistas brasileiros. Reduto favorito de muitos argentinos, nosso vizinho do sul ficou praticamente esquecido – nada era muito popular além dos casinos e baladas do famosinho balneário de Punta del Este. A falha era nossa. E horrenda. Na última década, finalmente, o país caiu de vez nas nossas graças. E teve mais: recentemente, o ex-presidente, e figurássa, Pepe Mujica também atraiu holofotes internacionais que iluminaram um cantinho que passava despercebido.
Cá entre nós, turisticamente falando, não seria nada difícil. O Uruguai é pequenino, cheio de atrações bacanas, e a medida certa para uma viagem rápida. A trinca Colonia-Montevidéu-Punta cabe fácil em seis dias. Com um pouco mais de tempo, dá para incluir no roteiro lugares charmosos como Fray Bentos, Piriápolis e a pitoresca Cabo Polonio.
Por isso que, disparado, a forma mais esperta de explorar o país é de carro. As distâncias entre as principais cidades turísticas são pequenas e as estradas ótimas, com pouquíssimo movimento e muito bem sinalizadas. Chegando em Montevidéu alugue um carro e acomode seus dias no roteiro mais conveniente. Os serviços de ônibus também são muito eficientes e confortáveis.
Se os seus dias estão contados, a capital é um destino redondinho para um fim de semana. Mas, na boa, não queime seu cartucho apenas em Montevidéu. Espere uma segunda chance para desfrutar mais tempo no país e pelo menos bater ponto em Colonia del Sacramento e Punta del Este. Você vai me agradecer por isso. 
Use Montevidéu para um contato inicial com a cultura tipicamente gaúcha. Você vai adorar a simplicidade da cidade que devota um rio como se fosse mar.
O QUE FAZER
Eu e Kelly destrinchamos o Uruguai de ponta a ponta por 15 dias – e quase demos duas voltas no país. Montevidéu foi nosso último pit stop. Com calma, vimos o legado arquitetônico que a cidade preserva desde os tempos de colônia espanhola. Minimalista, a capital do Uruguai parece ter parado no tempo preservando uma tranquilidade inigualável entre as capitais do Cone Sul.
Centros
O coração turístico de Montevidéu é o centro antigo, a Ciudad Vieja. Começando pela Plaza Independencia, prédios imponentes como o Palacio Salvo e o Teatro Solís já chamam a atenção. O teatro é um dos símbolos da cidade e possui visita guiada todos os dias (Quartas-feiras é de graça!). Nós não fizemos o passeio, mas o tour é bem cotado por aí. Confira os horários aqui.
Palácio Salvo
Da Plaza você pode subir sentido Av 18 de Julio em direção ao centro “novo”. Passando pelo Consulado do Brasil, em cinco quadras está outra Plaza, a Cagancha. No número 1365 fica o Mercado de Los Artesanos, uma parada legal para souvenires artesanais.
No caminho oposto da Plaza Independencia, a calle Sarandí é o calçadão principal da Ciudad Vieja. São vários vendedores ambulantes oferecendo quinquilharias e antiguidades curiosas, como ingressos originais da Copa de 50, no Brasil. Nos arredores, estão os museus Torres García e Andes 1972. Em 800 metros de caminhada vire à direita no calçadão da Perez Castellano rumo à Zona Portuária e ao Mercado del Puerto (atração obrigatória para almoçar um original churrasco uruguaio – mais detalhes abaixo).
Calle Perez Castellano
Parque Rodó
A 10 minutos de táxi da Ciudad Vieja, o Parque Rodó é a caminhada ideal para um fim de tarde. Com uma extensa área verde e de frente para a Playa Ramírez, na Rambla, é um lugar agradável para curtir o movimento da juventude montevideana.
Huuuuuuuuum… 
Ainda no parque… Vai por mim, os churros La Manola estão entre os melhores da vida. E a pizza quadrada da Rodelu cai muito bem com uma cervejinha numa mesa da calçada.
Pizzaria Rodelu
Punta Carretas e Pocitos
Os dois bairros estão grudados um no outro e são cheios de belas casas e calçadas largas. É para bater perna sem preocupação e a cada praça, curtir a vista para a Rambla.
Usando o Punta Carretas Shopping como ponto de partida, te garanto que é impossível não achar um restaurante, uma doceria ou uma cafeteria descolada na extensão das ruas paralelas Miñones, Lagunillas, Cnel. Mora e Luis de la Torre.
Minha parada predileta: Casa Dulce (esquina Cnel. Mora com José María Montero). Peça um chá e um “Crepe al Dulce de Leche con Helado”. O bar El Tigre é simples e tem bons petiscos, na Jose Scoseria 2501.
Casa Dulce: imperdível!
IMPORTANTE: na hora de pagar a conta em restaurantes, não esqueça. Usando o seu cartão de crédito internacional, o Governo do Uruguai te reembolsa automaticamente 18,5% relativo à isenção do IVA. O valor da conta não muda e o reembolso vem na fatura do cartão. Vale a pena!
Feira de Tristán Narvaja
A mítica feira uruguaia tem que ser o seu passeio matinal de Domingo. É imperdível!
São quarteirões e quarteirões no bairro Cordón, da Av 18 de Julio até a La Paz, ocupados por quitandas de frutas, legumes, hortaliças, queijos, flores, livros, antiguidades e cacarecos em geral. O espaço é amigável e divertido.
De flores…
e quinquilharias em geral.
Entretanto, as opções de comidas são escassas – há alguns churros, churrasquinhos ou panchos nos cruzamentos das ruas – e não existe um cafezinho para sentar e ver o povo passar. Vá para curtir e caminhar.
De lá, não adianta tentar visitar o Estádio Centenário – que só funciona de Segunda à Sexta-feira.
As vinícolas bodegas
Conhecida pelo plantio das uvas Tannat, a produção vinícola uruguaia já ganhou bom reconhecimento no mundo do vinho. Os tintos são fortes, corpulentos e frutados e parecem ser fabricados para acompanhar os cortes de carne típicos do país.
Ainda que a estrutura turística nas bodegas da região esteja dando seus primeiros passos, vale a pena incluir no seu roteiro um passeio num dos produtores nos arredores de Montevidéu. A atração mais esperta é a Bodega Bouza, que está a apenas 20 Km da Ciudad Vieja; dá para ir de táxi. Visitas guiadas com degustação acontecem todos os dias (confira os horários) e o restaurante do lugar, de cozinha internacional e preço salgado, casa direitinho com o tour. Faça reserva com antecedência.
Bodega Bouza
Outras opções: Bodega Carrau, próximo a Bouza; e a vinícolas Juanicó e a H Stagnari no município vizinho de Canelones, a 50 Km de Montevidéu. Eu só recomendo estes passeios para quem é realmente aficionado pelo tema.
ONDE FICAR
É muito fácil se locomover em Montevidéu. A cidade tem bons ônibus com linhas fáceis de entender e os táxis, apesar de velhos, são baratos. Sem trânsito, em no máximo 20 minutos você consegue chegar em qualquer lugar. Por isso, não vale a pena ter carro na cidade. As atrações do centro são mais bem desfrutadas a pé e o deslocamento entre bairros é muito prático de táxi ou ônibus.
Para se hospedar, a dica clássica é priorizar os bairros da orla, em Punta Carretas, Pocitos e Buceo. Você fica a 20 minutinhos da Ciudad Vieja e desfruta de uma vida mais local, com muitas opções de restaurantes além de uma razoável vida noturna. Nas cercanias do Punta Carretas Shopping há uma quantidade grande de bares e cafeterias. Faça uma caminhada despretensiosa na região em busca de um local que te agrade.
O QUE COMER
Carnes
As tradições gaúchas, a geografia dos pampas e o domínio da pecuária dão ao Uruguai um status interessante: o de maior consumidor de carne bovina per capita do mundo. E é fácil entender. O churrasco uruguaio é, de fato, incomparável e imbatível!
O passeio obrigatório da capital é almoçar num dos restaurantes do Mercado del Puerto. Espere para sentar no balcão e assistir sua carne ser preparada com cautela nas grelhas inclinadas, chamadas Parrillas. Parece uma peça de teatro. A simpatia dos atendentes e os nomes dos garçons esbravejados pelo churrasqueiro a cada prato pronto dão um ar ainda mais cênico ao lugar. Você sai tão defumado quanto a comida, mas é demais!
Pedidos? A parrillada uruguaya é o kit completo e vem servido à mesa num pequeno braseiro. Os cortes favoritos deles são os menos populares no Brasil, então encare este pedido de maneira consciente. Os aventureiros vão se deleitar com a Vacio (fraldinha), Asado de Tira (costela), Morcilla (chouriço de sangue) e Chinchulin (intestino de boi). Os certeiros são os bifes de Ancho e Chorizo. Tudo deve ser acompanhado de molho chimichurri, à moda da casa.
Pode babar!
Para beber, vá de Medio y Medio, uma bebida típica preparada com metade de vinho branco e metade de espumante doce. Ou cerveja, claro!
Doces
Você há de convir que quem cria bons gados, produz boas carnes e… bons leites! Não é à toa que o doce de leite uruguaio tem fama internacional. Os menos conhecidos requeijões também são espetaculares.
Crepe de dulce de leche e torta de dulce de leche 
O souvenir número 1 do país é um belo pote de Lapataia ou Canaprole. Os desdobramentos deste talento gaúcho estão nos incríveis alfajores e nos melhores churros que comi na vida. No Uruguai, te garanto, qualquer sobremesa que leve doce de leite não vai te decepcionar.
Chivito
O chivito está para o Uruguai assim como o bauru está para os paulistanos. O famoso sanduíche uruguaio não é nada além de um pão francês com rosbife, queijo, alface, tomate, pimentões e ovo frito numa base de maionese. O mais tradicional é servido na Chiviteria Marcos, desbravada por Anthony Bourdain (Coimbra 5585, Punta Gorda).
COMO IR
Voos diretos e diários saem do Rio, SP e Porto Alegre para Montevidéu, operados por TAM e Gol.
Pelo mar, digo, pelo rio da Prata, navios de cruzeiro atracam no Porto de Montevidéu, no centro histórico. Os ferries da Buquebus, vindos de Buenos Aires, cumprem uma rota por dia com duração de 3 horas. Outras seis opções de horário, muito mais baratas, fazem o trecho com conexão em Colonia (1 hora de travessia + 2h30 de ônibus interligado).
De carro, desde Porto Alegre, dá para encarar 800 Km de estrada via BR-116 até a fronteira + Ruta 8; ou 850 Km no trajeto mais interessante pela BR-116 até Pelotas, com desvio para BR-471 e Ruta 9 até Montevidéu.
Colonia del Sacramento está a 180 Km da capital pela Ruta 1. No outro sentido, pela Ruta I, são 135 Km até Punta del Este. De ônibus, procure passagens nos sites da rodoviária Tres Cruces. As viações são COT, Turil ou Copsa.
QUANDO IR
Todo o Uruguai tem clima ameno e prioritariamente frio. O vento que sopra do rio da Prata abaixa ainda mais a sensação térmica. O verão é quente, mas não incomoda.
A média de Janeiro e Fevereiro é de 24 °C. De Junho a Setembro as máximas não passam dos 15 °C, podendo ter noites com temperaturas abaixo de zero.
Com clima frio, primavera e outono são estações agradáveis – camisa de dia, casaco a noite.
Para esticar sua viagem, saiba que Punta del Este hiberna quase todo o ano e só acorda de Dezembro ao carnaval. No resto do ano poucas coisas funcionam na cidade.
PAÍS: 
CAPITAL: 
MOEDA: 
IDIOMA 
CLIMA/CHUVA: 
TOMADA/VOLTAGEM: 
VISTO: 
EMERGÊNCIA: 
Valeu Caio vou com voce como quia.Abraços
Legal, Mahir. Boa viagem!